Senhor delegado, Eu sou um assassino, Entrego-me à prisão, Cumprindo o meu destino.
Estou arrependido, De praticar o crime, Deixa que lhe descrevo, Senhor, como perdi-me.
Um dia apareceu, Deitada à minha porta, Uma mulher doente, Faminta, quase morta.
Tratei-a com carinho, Tornou-se tão bonita, Foi minha companheira, E hoje é minha desdita.
A ingrata me fugiu, Não soube mais vencer, Tornei-me até ladrão, E dei para beber.
E quantas, quantas noites, Ao me apertar o sono, Dormia nas sarjetas, Tal qual um cão sem dono.
E ela vinha em sonho, Buscar-me com carícia, Quando era despertado, Nas garras da polícia.
Farto de sofrer, Fui procurar o amigo, Como último recurso, Fui lhe pedir abrigo.
Negou-me, disse ainda, Jamais o conheci, Virou-me, deu-me as costas, Quando uma voz ouvi.
Reconheci ser dela, Na casa à força entrei, Matei o falso amigo, E a mulher que amei.
Estou arrependido, Não terei mais conforto, E desde aquele instante, Eu sinto que estou morto.
Compositor: Antonio Vicente Felippe Celestino (Vicente Celestino) (UBC)Editor: Mangione & Filhos (ABRAMUS)Publicado em 2006 (15/Nov) e lançado em 2002 (08/Ago)ECAD verificado obra #6061225 e fonograma #1182934 em 04/Abr/2024