Eu a vejo, todo dia, quando o sol mal principia a cidade a iluminar. Eu venho da boemia e ela vai - quanta ironia - para a escola trabalhar. Louco de amor no seu rastro, vagalume atrás de um astro, atrás dela eu tomo o trem... E, no trem das professoras, em que outras vão, sedutoras, eu não vejo mais ninguém...
Essa operária divina que, lá no subúrbio, ensina as criancinhas a ler naturalmente condena, na sua vida serena, o meu modo de viver... Condena porque não sabe que toda a culpa lhe cabe de eu viver ao deus dará... Menino querendo ser, para, com ela, aprender novamente o bê-a-bá.
por nelson de campos
Compositores: Benedito Lacerda (ABRAMUS), Jorge Vidal Faraj (Jorge Vieira) (SBACEM)Editor: Mangione & Filhos (ABRAMUS)Publicado em 2001 (02/Jan)ECAD verificado obra #23499 e fonograma #969 em 09/Abr/2024